Parques podem ser divertidos e perigosos

Levar o seu cão em parques pode ser muito divertido. Os parques podem proporcionar atividades físicas, brincadeiras, e seu cão terá oportunidade de socializar e até interagir com outros de sua espécie. Vale lembrar que os cães são seres sociais, e eles não só gostam do convívio, como também precisam dele.

Quando falamos de cães soltos, sem a guia, estamos aumentando a probabilidade de conflitos. Principalmente em um espaço onde cães grandes e pequenos ficam juntos sem um critério de segurança ou de separação. Os cães podem brigar entre eles, e podem acabar ferindo pessoas também.

A priori, os cães só poderiam conviver depois de terem sido apresentados, e é preciso monitorar o comportamento o tempo todo, mediar as interações, fazer intervenções de forma positiva e direcioná-los a outra atividade ou a outro ambiente, sempre que necessário. Esse critério quase não existe dentro de um parque. Mesmo porque, a maioria dos tutores defendem que seus cães são altamente sociáveis e que nunca irão atacar. Mas vai um alerta: todos podem atacar em um momento de estresse, até mesmo por defesa ou por se sentirem ameaçados.

Muitas vezes, não damos importância aos sinais. O seu peludinho pode ser sociável, mas pode estar em um momento ruim. Às vezes os hormônios estão alterados, as vezes o cão está desconfortável com a presença de outro. Às vezes ele não queria estar ali e você ignorou este fato tão importante.

Os parques geralmente não têm um responsável que entenda de comportamento, que possa organizar o convívio. Nos lugares apropriados para isso, que são as creches, existem profissionais preparados para lidar com cães em grupo de forma mais segura, mas nesse caso, sem  a presença dos tutores. A verdade é que muitos cães se comportam de maneira diferente quando estão perto de seus tutores. Às vezes são cães com elevado instinto de proteção, às vezes, cães que não conseguem lidar com disputa de recursos. Às vezes são cães pouco tolerantes. Portanto, esses cães não deveriam frequentar um parque, pelo fato de colocar em risco a vida dele e a de outros cães e pessoas.

Muitos tutores ignoram fatores importantes, como a sociabilidade e a força do seu cão, e assim, acabam comprometendo a segurança de todos. Muitos acidentes também já aconteceram nesses espaços simplesmente por falta de conhecimento sobre linguagem e comportamento dos cães. Sempre haverá aquela pessoa pouco civilizada, que, além de não obedecer às regras, provoca conflitos e acaba tornando o passeio um grande tormento. Além disso, tem aquele tutor que não recolhe o cocô do seu pet, aumentando o risco de contaminação da área. E aquele que finge que não vê o seu filhote destruindo o espaço ou brincando de forma agressiva com um amiguinho.

Os cães não são obrigados a gostar de todos os outros que estão ali presentes. Portanto, apresente o seu cão a outro e veja como ele reage a essa amizade, antes de deixá-lo livre. Existe uma linguagem e uma comunicação entre os cães que deve ser observada. Além disso, eles possuem uma etiqueta social. Eles se conhecem pelo cheiro.

Então, se o seu cão está cheirando o rabinho do outro, ele está conhecendo aquele possível amigo da forma correta. É como se fosse o nosso aperto de mão. Mas, se ele rosnou, ouriçou os pelos, lambeu os lábios, recuou, mostrou sinais de desconforto… fique atento, seu cão não quer interagir. Ele vai brigar se você insistir. Seja prudente e sensato. Monitore o tempo todo. Dialogue com os outros pais ali presentes. Converse abertamente sobre o histórico comportamental daquele cão. Envolva, separe, retire o bichinho.

Se a interação está saudável, se os dois cães estão curtindo, então deixe rolar. Mas se um dos cães já se cansou, acabou a brincadeira. Reconheça o momento de se retirar do parque. Ou coloque seu filhotão na guia e vá circular. À distância, e na guia, pode até não ser muito divertido pra você, mas seu cão já está sendo estimulado. Além disso, é muito mais seguro e você vai voltar pra casa com seu cão intacto e bem feliz!